Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 7 de Dezembro de 2025

Policial

PM prende e Justiça decreta preventiva de suposta liderança do PCC

"Robertinho do PCC", que como sugere seu apelido, faz parte da organização criminosa responsável por boa parte do tráfico de drogas no País e controla os presídios.

Redação/Região News

19 de Fevereiro de 2023 - 18:50

PM prende e Justiça decreta preventiva de suposta liderança do PCC
Pablo Roberto dos Santos o "Robertinho do PCC".  Foto: Divulgação

Está preso desde a última sexta-feira (17), Pablo Roberto dos Santos, 35 anos, o "Robertinho do PCC", que como sugere seu apelido, faz parte da organização criminosa responsável por boa parte do tráfico de drogas no País e controla os presídios.

"Robertinho", que segundo fontes da Polícia é a principal liderança do Primeiro Comando em Sidrolândia, exercendo funções como a de cobrança da "clientela" com dívidas de drogas, tem uma extensa lista de processos por roubo, violência doméstica, tráfico, além de condenações por ameaça a agentes penitenciários (enquanto esteve preso), sequestro e cárcere privado, esses últimos crimes, cometidos em Sidrolândia.

Na sexta-feira, 17 de fevereiro, por volta das 10h00 uma guarnição da Polícia Militar o surpreendeu numa casa em construção na Rua Doutor Manoel Mortinho. Os policias se deslocaram pra lá após uma denúncia anônima de que traficantes estavam vendendo droga perto da Praça do Pindorama.

Quando a viatura chegou ao local, chamou atenção dos policiais um Fiat Strada prata estacionada em frente de um terreno com duas casas, a dos fundos em construção. Diante da aproximação dos PMS, Pablo entrou na construção  e tentou se livrar de algo que levava na cintura.

Ele ignorou a voz de prisão, entrou em luta corporal com um dos policiais e só foi contido quando outro integrante da guarnição interveio em apoio ao colega. Na revista ao traficante, os PMs encontraram num dos bolsos deles uma trouxinha de maconha e R$ 1.400,00, provavelmente resultado da venda de drogas. O suspeito disse que o dinheiro era resultado da venda de reciclados atividade a qual estaria se dedicando .

No veículo foram encontradas duas munições calibre 22 e no lado de fora, perto da Strada, outra porção de pasta base. Depois de levar Pablo para a Delegacia, os policiais fizeram uma varredura no terreno e dentro da casa, quando encontraram mais papelotes de pasta base, maconha e de haxixe. Eles interrogaram o morador da casa, W.L, que informou aos policiais que Robertinho tinha ido lá para cobrar uma divida de droga.

Sequestro

Em 29 de outubro de 2020, Pablo e outros comparsas promoveram um tribunal do crime em nome do PCC, na Rua Domingos Alves Nantes, casa de um dos envolvidos. Eles resolveram sequestrar, agredir, ameaçar de morte e manter sob cárcere privado por 10 horas, Cristofer Mamedes Alves.

O "tribunal" foi uma retaliação porque Cristofer, dois dias antes registrou boletim de ocorrência do furto de um violão e apontou como suspeito Lucas Silva de Souza, o Catucha, integrante do grupo criminoso.

Conforme relato da vítima, por volta das 10 horas da manhã de 29 de outubro de 2020, foi forçado por Pablo Roberto a entrar num veículo Gran Siena que levou até uma casa onde lá estava Lucas.

Em seguida apareceram Gabriel Ferreira, Guilherme Mendes, André Luís de Castro, Renato Souza Silva e um adolescente, U.G.S. Cristofer foi trancado num dos cômodos da casa onde começou a ser torturado e ameaçado de morte. Durante boa parte do dia ele foi "interrogado" por telefone por lideranças do PCC, presas que decidiram o destino dele.

Perto das 20 horas, o rapaz percebeu que André Luiz, encarregado de vigia-lo, dormiu, aproveitou para fugir e se escondeu numa igreja perto do Posto Pé de Cedro. Conseguiu ligar para a Polícia que veio em socorro dele.

Em 19 de maio o juiz criminal Cláudio Muller Pareja sentenciou o grupo por sequestro e cárcere privado; roubo majorado (do celular da vítima); corrupção de menores e integrar organização criminosa.

Ao longo das investigações, que teve quebra do sigilo telefônico dos envolvidos, ficou demonstrado o papel de liderança de Pablo no PCC, por conversas em que negocia a compra de drogas, além da apreensão de R$ 30 mil em espécie na casa.

Robertinho foi condenado a 9 anos, descontando 1 ano, 6 meses e 5 dias de prisão provisória, quando a sentença foi dada. Mesmo com todo este histórico criminoso, seus advogados conseguiram colocá-lo em liberdade.