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Política

Acusado de fraudar eleição do Sindaves, PT abre processo na Comissão de Ética para expulsar Bolzan

Bolzan estaria devendo ao partido R$ 17.314,56, valor que representa 8% do subsidio que recebe mensalmente da Câmara

Marcos Tomé/Região News

16 de Dezembro de 2015 - 16:18

O Partido dos Trabalhadores (PT) vai apurar as denuncias contra o vereador Sérgio Trineu Bolzan, acusado pelo diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados das Empresas de Locação de Serviços a Terceiros do Município de Sidrolândia – Sindaves -, de ter participação num esquema fraudulento que tinha como objetivo alterar o resultado do processo eleitoral do qual saiu vencedor em fevereiro de 2014.

A Comissão de Ética do partido foi acionada após reunião do Diretório Municipal na manhã de ontem. Os petistas querem explicações do vereador a cerca das denuncias. Além das polemicas envolvendo o parlamentar pesa ainda, o fato de não estar em dia com a contribuição partidária.

Bolzan estaria devendo ao partido R$ 17.314,56, valor que representa 8% do subsidio que recebe mensalmente da Câmara. Caso não consiga convencer os membros da Comissão de Ética, presidida por Osaney Pereira de Lima, o vereador pode ser expulso do PT com base nas normas estabelecidas no estatuto do partido.

O caso

Em entrevista ao Região News, o tesoureiro do Sindaves, Eder Clemente, acusa o presidente da entidade, vereador Sérgio Bolzan, de ter recorrido à fraude na eleição sindical realizada em fevereiro de 2014 e usado a estrutura a entidade para se eleger vereador em 2012. Ele se diz “perseguido” por Bolzan, depois que passou a questionar algumas decisões tomadas por ele como dirigente sindical.

O excluiu das decisões do Sindicato e até trocar a chave da sua sala, para impedir que ele entre lá. Eder Clemente acusa Bolzan de transformar em sua assessora na Câmara, uma diretora do Sindicato, cedida pela Seara para atuar na entidade. Há um ano e nove meses Marlei Ximenes, diretora do Sindaves, trabalho como secretária do vereador.

Clemente endossa acusações que foram feitas na época pelo segundo colocado na disputa, Jová Antunes, que recorreu à Justiça para anular o pleito. No mês passado, dia 25 de novembro, o juiz Marcelo Andrade Campos, se declarou incompetente para julgar o processo, sob o entendimento de se tratar de questão da competência exclusiva da Justiça do Trabalho.

Só agora quase dois anos depois do pleito, Eder vem a público denunciar seu antigo aliado, se diz arrependido e pede desculpa aos trabalhadores e vai falar tudo o que sabe ao Ministério Público para tentar anular a eleição sindical. Na condição de presidente do Sindaves, ele conduziu o processo eleitoral na entidade e admite conhecer todas as manobras que agora torna pública.

Basicamente, segundo Eder Clemente, para levar adiante sua a manobra para ganhar a eleição, requisitou da Justiça Eleitoral duas urnas suplementares (só foram usadas quatro). Uma delas ficou no Hotel Piana em poder de um dos integrantes da chapa 1. Concluída a apuração, conforme a versão de Clemente foram preenchidas e depositadas cédulas de votação necessárias para garantir a vitória de Bolzan.

Das quatro urnas (duas itinerantes, uma no Sindicato e duas na empresa) o atual presidente só venceu na que funcionou no turno da noite na empresa por uma diferença de 180 votos (266 a 86). Eder Clemente admite que participou de manobras para “comprar votos” e ajudou na eleição de Bolzan a vereador. Confira os principais trechos da entrevista concedida pelo dirigente sindical. Ouvido pela reportagem, o presidente do Sindaves, preferiu não se manifestar.