Política
Pesquisa Índice/Região News mostra gestão de Ari Basso com aprovação de 36%
O levantamento mostra que pelo menos 35% dos eleitores que votaram em Ari Basso na eleição suplementar se arrependeram da sua escolha nas urnas.
Flávio Paes/Região News
12 de Novembro de 2013 - 07:39
Foto: Marcos Tomé/Região News
Prefeito Ari Basso
Prestes a completar 8 meses de gestão, o desempenho do prefeito Ari Basso (PSDB) tem aprovação de 36% da população, enquanto 28% desaprovam sua administração. É o que mostra pesquisa do Instituto Índice contratada pelo Região News, realizada entre os dias 29 e 30 de outubro, na qual foram entrevistados 400 moradores, residentes na zona urbana e área rural, incluindo assentamentos e aldeias indígenas. Em menos de um ano de administração o prefeito perdeu popularidade e já conta com o apoio da maioria .
No universo pesquisado, 36% dos entrevistados preferiram não emitir opinião sobre o desempenho administrativo do prefeito. O levantamento mostra que pelo menos 35% dos eleitores que votaram em Ari Basso na eleição suplementar se arrependeram da sua escolha nas urnas, 8% preferiram não opinar enquanto que 57% dos que o elegeram votaria em Basso novamente.
Em compensação, 56% dos entrevistados ainda acreditam que o prefeito vai superar as dificuldades, 30% estão desencantados e 14%, preferiram não se manifestar. Empossado em 15 de março, credenciado com os quase 60% dos votos que obteve nas urnas, o prefeito perdeu popularidade a reboque de medidas impopulares como a dispensa de funcionários, única alternativa para reduzir a folha de pagamento que pulou de R$ 3,5 milhões em dezembro do ano passado, para mais de R$ 4,5 milhões após a eleição suplementar.
Se a contratação de aproximadamente 300 funcionários durante a interinidade de Ilson Peres foi importante para garantir a vitória eleitoral, a demissão do mesmo contingente entre junho e julho ajudou a corroer 36% da sua popularidade, considerada até aqui, desgastada em razão também da falta de articulação política na formação da base aliada na Câmara de vereadores.
Fatores determinantes
Demitir pessoal e manter mais da metade dos secretários como interinos para receberem apenas metade do vencimento de R$ 7,9 mil a que faz jus quem ocupa cargos do 1º escalão, foi o remédio amargo necessário para ajustar as despesas de pessoal aos limites de gastos (54% da receita líquida) determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O fechamento do posto central a partir da meia-noite foi outra medida desgastante que o prefeito adotou, suscitando críticas na Câmara e dentro da própria sociedade. A decisão também foi determinante para a saída da enfermeira Ana Lídia da Secretaria de Saúde e o distanciamento da administração do seu marido, o vice-prefeito Marcelo Ascoli.
A presença do ex-prefeito Enelvo Felini na administração, atuando com as atribuições de um Secretário de Governo, foi um fator determinante para a perda da maioria parlamentar na Câmara. Os tucanos Mauricio Anache e Marcos Roberto, bateram de frente com o Enelvo, reclamaram do excesso de poderes do ex-prefeito e acabaram se juntando aos vereadores David Olindo e Jurandir Cândido, primeiro no PROS e em seguinte no Partido Solidariedade (PSDD).
Aliás, boa parte da forma combativa com que a bancada da nova legenda trata a administração municipal, tem haver com a manobra política (que hoje se avalia como desastrada) perpetrada por setores do PSDB que assumiram o controle do Republicano da Ordem Social, destituindo os quatro vereadores, obrigados a trocar de partido pela terceira vez em menos de 30 dias.
A saída de Enelvo do Governo em setembro não foi suficiente para resgatar a maioria na Câmara. Do secretariado empossado ainda na gestão interina, só quatro permanecem no cargo. O prefeito enfrentou uma ameaça de greve dos funcionários, que o obrigou a conceder um reajuste salarial de 6,5%, quando inicialmente sua pretensão era um aumento de 5% em janeiro.
O prefeito enfrenta protestos dos universitários que chegaram a bloquear a BR-060 para cobrar a manutenção da gratuidade do transporte. Uma trapalhada da sua assessoria gerou uma confusão que deve ter como desfecho o cancelamento do concurso público para o preenchimento de 316 vagas, com quase 6 mil candidatos inscritos.
O Tribunal de Contas suspendeu o concurso porque não houve licitação (nem processo para dispensa) para contratar a FAPEC, responsável pela organização do certame. O edital do concurso foi publicado antes da Câmara autorizar a criação de algumas vagas oferecidas. Os vereadores rejeitaram a proposta e o impasse se estabeleceu.





