Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 26 de Dezembro de 2025

Política

PPS defende coalizão em favor do mandato de Bernal

A reunião na qual o partido decidiu selar um pacto na tentativa de ajudar o prefeito progressista ocorreu na segunda-feira na sede do diretório regional.

Willams Araújo

07 de Novembro de 2013 - 15:00

Em nota distribuída à imprensa, o comando regional do PPS anunciou apoio a administração do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), mesmo reconhecendo a situação delicada em que o progressista se encontra desde que tomou posse em janeiro deste ano.

A reunião na qual o partido decidiu selar um pacto na tentativa de ajudar o prefeito progressista ocorreu na segunda-feira na sede do diretório regional.

Bernal está sendo investigado por uma Comissão Processante, criada há duas semanas pela Câmara de Vereadores, sob alegação de supostas irregularidades em contratações de empresas.

Além disso, o prefeito enfrenta forte bombardeio da oposição contra remanejamento de R$ 28,548 milhões de uma secretaria para outra sem autorização da Câmara de Vereadores, fora outras irregularidades supostamente existentes, o que ele em sua defesa nega categoricamente. 

"O exercício democrático exige a convivência institucional entre os poderes, apesar das tensões inerentes ao processo.  O que se observa desde o início da nova administração é uma dificuldade muito grande em construir um diálogo civilizado, que, acima das disputas eleitorais, garanta governabilidade e a regular prestação dos serviços públicos ao cidadão, por isso, o PPS defende a construção de uma ampla coalizão que garanta de maneira republicana e democrática a continuidade e efetivação das ações de governo", diz trecho da nota assinada pelos dirigentes.

Ainda segundo a nota oficial, o estado democrático está condicionado ao primado das leis, sendo necessário o respeito às regras instituídas.

"Esse foi um dos recados que a população brasileira, nas manifestações conhecidas como “jornadas de junho”, emitiu aos governantes a Lei da Ficha Limpa, aprovada pelo Congresso Nacional e em diversas Assembleias e Câmaras, inclusive, em Campo Grande, através de emenda a Lei Orgânica do Município de autoria da vereadora Luiza Ribeiro, que representa um avanço nas práticas políticas e deve ser prontamente efetivada. Por isso, o PPS defende a exoneração imediata de qualquer agente público que esteja impedido de exercer suas funções, como é o caso do Secretário de Receita Sr. Gustavo Freire na atual administração", continua o documento, referindo-se ao titular do cargo, já exonerado de suas funções. 

O texto encerra dizendo que "o PPS apoia a atual administração do prefeito Alcides Bernal na perspectiva de que ela continue representando o desejo de mudança expresso nas urnas em 2012, sendo, imprescindível, portanto, que sua gestão se apoie numa prática democrática, republicana e ética, que seja capaz de construir a governabilidade e assim continue recebendo a confiança da população".

Na Câmara, a vereadora Luiza Ribeiro integra a base de apoio do prefeito Bernal desde o começo de sua administração.

COINCIDÊNCIA

Coincidentemente, o anúncio sobre o apoio do PPS foi feito dias após Bernal ter indicado o suplente de senador Pedro Chaves (PSC) para ocupar a Secretaria Municipal de Governo, em lugar de Freire, que também acumulava o cargo.

A indicação do nome do suplente de senador para ocupar o cargo faz parte da estratégia do prefeito na tentativa de reforçar a sua base de apoio na Câmara de Vereadores visando impedir a sua cassação do cargo.

Na prática, Pedro Chaves assume o cargo com a missão de articular a ampliação da base de apoio do prefeito Bernal na Câmara.

À imprensa, o novo secretário garantiu articular a criação de um conselho político para auxiliar a administração progressista. O primeiro passado, segundo ele, é atrair o apoio dos dirigentes municipais dos partidos com assento na Câmara.

Nesse caso, a ideia é conversar com os comandos regionais e municipais do PSDB, PDT, PSC, PTB, PT e PPS, partidos que teriam a missão de salvar o mandato de Bernal de uma possível cassação.

Por enquanto, a base aliada de Bernal na Câmara é bastante limitada. Para escapar da cassação, ele precisa do apoio de 10 vereadores. Hoje, ele tem como certo os votos dos vereadores Zeca do PT, Alex do PT, Ayrton do PT, Gilmar da Cruz (PRB),  Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS) e João Rocha (PSDB).