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Política

Puccinelli nega acordo com petistas para nomeação do Incra

A bancada federal petista em Mato Grosso do Sul acusou o governador de romper um acordo em que eles definiriam juntos o nome a ser indicado para o Incra/MS

Campo Grande News

19 de Abril de 2011 - 16:33

Com uma longa e alta gargalhada o governador André Puccinelli (PMDB) negou qualquer acordo com os deputados federais petistas e com senador Delcídio do Amaral para indicação do novo superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

“Vou aproveitar a imprensa para desmentir o bobo que disse que eu falei que ninguém trabalhava no Incra. Eu falei que alguns do Incra não trabalham e ainda receberam propinas. Fui relatar isso ao presidente nacional em Brasília e pedir que eles atuassem, não pedi a vaga para o Cestari, nem para ninguém. Se alguém do PT disse isso é mentiroso”, afirmou o governador.

Puccinelli ainda cutucou o Partido dos Trabalhadores, que disse ser o “partido da boquinha”.

“Eu não tenho acordo com petista e nem rompi acordo nenhum. Não sou que não cumpro com meus compromissos”, finalizou Puccinelli.

A bancada federal petista em Mato Grosso do Sul acusou o governador de romper um acordo em que eles definiriam juntos o nome a ser indicado para o Incra/MS, no entanto eles afirmam que Puccineli teria rompido o compromisso e teria indicado o técnico e ex-superintendente do Incra, Celso Cestari na sua visita ao presidente nacional do instituto na semana passada.

As declarações foram dadas na manhã desta terça-feira (19), durante a comemoração do dia do Exército no quartel do CMO (Comando Militar do Oeste), em que o governador recebeu a medalha de Ordem do Mérito Militar, grau de Grande Oficial. A medalha também foi entregue à deputada estadual, Dione Hashioka, ao arcebispo de Campo Grande, Dom Vitório Pavanello e ao procurador da União, Clóvis Ferreira Lopes.

Brasília - A administração do Incra em Brasília espera nos próximo dias poder indicar um nome técnico para assumir a superintendência regional no Estado e normalizar os serviços do órgão.

Após a operação Tellus desencadeada ano passado pela Polícia Federal contra a venda de lotes por lideranças de assentamentos e membros do próprio Incra, as contas e investimentos do órgão foram congelados e as familiares regulares deixaram de ser assistidas.

A assessoria do novo presidente do Incra, Celso Lacerda, que assumiu o cargo há cerca de 15 dias afirmou que estão sendo adotadas medidas administrativas para qualificar a gestão do órgão, passando a limpo uma série de políticas públicas desenvolvidas no estado, entre as quais um trabalho amplo de revisão ocupacional em alguns assentamentos.

As indicações dos novos nomes das regionais do Incra estariam sendo tratadas como prioridades e assim que houver as nomeações poderão ser apresentadas o plano de trabalho para que responda às demandas dos estados.

União - A nomeação imediata de um superintendente definitivo para o Incra/MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Mato Grosso do Sul) uniu representantes da classe ruralista que defendem a propriedade privada e defensores dos movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul) entre outras entidades que ocupam as fazendas no Estado.

Na semana passada na Assembléia Legislativa, o deputado Zé Teixeira (DEM) defensor do grande agronegócio e o deputado Pedro Kemp (PT), que atua junto aos movimentos sociais discursaram no mesmo tom em favor dos assentados.

No último dia 11, uma comissão com cinquenta trabalhadores rurais da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul) foram a Brasília (DF) a liberação de recursos, que estavam parados desde outubro de 2010 por conta da “Operação Tellus” da Polícia Federal.

Dois dias depois o órgão desbloqueou R$ 44 milhões para Mato Grosso do Sul Os recursos devem ser aplicados na construção de moradias nos assentamentos, que estão paralisadas desde o final do ano passado, quando escândalo de corrupção interna abalou o instituto em MS.

Os recursos de outros projetos para do Estado, inclusive para vistoria de novas áreas para reforma agrária, também serão liberados.