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Política

Secretário tenta assumir mais de 400 infrações de Alcídes Bernal

As infrações, levantadas pela CPI do Calote na investigação envolvendo o proprietário da MDR, Mamed Dib, que acusa o prefeito Alcídes Bernal

Assessoria

22 de Novembro de 2013 - 09:10

O secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur, afirmou, em depoimento nesta tarde, à Comissão Processante, que as mais de 400 infrações de pagamentos ocorridas nos primeiros meses de administração, foram atos administrativos dele próprio. “Fui eu quem os cometeu”, afirmou.

As infrações, levantadas pela CPI do Calote na investigação envolvendo o proprietário da MDR, Mamed Dib, que acusa o prefeito Alcídes Bernal, de força-lo a rescindir seu contrato com a Prefeitura, foram trazidos à tona pela Comissão Processante.

Diante dos questionamentos feitos pelo vereador Flávio César (PTdoB) sobre as infrações, que ferem a legislação municipal, Wanderley Ben Hur disse que a prática na administração do prefeito Alcídes Bernal é “diferente”.

O secretário chamou de “mentiroso”  o empresário Mamed Dib, que denunciou o prefeito Alcídes Bernal de tê-lo coagido a assinar o documento de rescisão contratual com a Prefeitura. A reunião em que esse fato teria ocorrido, segundo depoimento do empresário (lido hoje na reunião da Comissão Processante) se deu no gabinete do prefeito, na presença do secretário Wanderley Ben Hur e da secretária do prefeito, Sra. Elza.

“Essa reunião de fato ocorreu, mas foi para tratar de questões relativas ao andamento da prestação de serviços à Prefeitura”, afirmou o secretário na comissão.

O vereador Alceu Bueno (PSL) leu o trecho do depoimento dado por Mamed Dib à CPI. O prefeito o teria chamado para uma reunião em seu gabinete e teria dito de maneira ríspida e direta: “- Mamed, senta alí e assina aquele documento!” Depois de tomar conhecimento de que se tratava de uma rescisão contratual, o prefeito teria dito ao empresário que aquela era a única forma dele receber os pagamentos atrasados (98 dias sem receber).

O advogado do prefeito, Jesus de Oliveira Sobrinho, presente à reunião da Comissão Processante, tentou desclassificar essa denúncia alegando que o empresário teria se recusado a comparecer à reunião de inquirição das testemunhas de acusação e defesa. O presidente da Comissão, vereador Edil Albuquerque (PMDB) rebateu dizendo que Mamed Dib encaminhou documento à comissão justificando o seu não comparecimento à reunião e, ao mesmo tempo, ratificando seu depoimento dado à CPI do Calote, ou seja, confirmado que de fato foi coagido pelo prefeito Alcídes Bernal a rescindir o contrato da MDR com a Prefeitura.

BERNAL NA COMISSÃO – A Comissão Processante espera agora o prefeito Alcídes Bernal na segunda-feira (25) para ser inquirido sobre as acusações imputadas à sua administração. O prefeito, nos últimos dias, vinha afirmado que iria sim a essa audiência. Ele só não voltou a afirmar depois que sua segunda tentativa de derrubar a comissão caiu por terra. Na madrugada de hoje a assessoria jurídica da comissão conseguiu derrubar a liminar concedida ao prefeito. Diante disso, os trabalhos continuam e a expectativa da comissão e da população de Campo Grande é de que o prefeito compareça e esclareça os fatos.

Hoje pela manhã, moradores e lideranças comunitárias foram à sessão ordinária da Câmara pedir o afastamento do prefeito por dificultar os trabalhos da Comissão Processante. Elas querem que o prefeito não fuja das investigações e que esclareça as denúncias e acusações contra sua administração.