Política
Tucanos articulam, assumem PROS e vereadores se veem obrigados a migrar para o Solidariedade
Os parlamentares foram substituídos por funcionários comissionados da Prefeitura ligados ao PSDB e ao ex-prefeito Enelvo Felini
Flávio Paes/Região News
24 de Outubro de 2013 - 23:36
Foto: Região News
Dr. Mauricio Anache, David Olindo, Governador André Puccinelli, Jurandir Cândido, Marcos Roberto
Exatos 24 dias depois de se filiarem ao PROS (Partido Republicano da Ordem Social), formando a maior bancada na Câmara, quatro vereadores de Sidrolândia tiveram que mudar novamente de legenda nesta quinta-feira. Eles descobriram meio por acaso que foram destituídos da Comissão Executiva Provisória.
Os parlamentares foram substituídos por funcionários comissionados da Prefeitura ligados ao PSDB e ao ex-prefeito Enelvo Felini, em particular, além de quatro integrantes da família Abreu, também de forte presença na administração municipal. Os vereadores tiveram de se filiar às pressas no Partido Solidariedade com o aval do governador André Puccinelli.
A janela para se filiar ao novo partido sem o risco de perda de mandato terminou ontem, dia 24, quando completou um mês da concessão do registro da nova legenda pelo TSE. Entretanto, nenhum deles poderá disputar a eleição de 2014 porque não terão em outubro do ano que vem, quando ocorre eleição, um ano de filiação.
O vereador Jurandir Cândido que no dia 30 de setembro assumiu a presidência da Comissão Executiva Provisória do PROS, perdeu o posto para Marcelo da Silva Morais, o Batata, chefe do setor de tributação da Secretaria de Finanças. O vereador Marcos Roberto perdeu a vice-presidência para o subprefeito de Quebra Coco, Juscelino Pereira Viturino.
Seu colega Mauricio Anache foi destituído da secretaria-geral, substituído por Joaquim Dorival de Lima, chefe do setor de licitação da Prefeitura, ligado ao presidente municipal do PSDB, Moacir Hernandes. O quarto vereador, David Moura de Olindo, até então tesoureiro da Executiva do PROS, acabou trocado por Alvatir de Abreu que tem outros três parentes na Comissão Provisória: Alvatir de Abreu Filho (indicado secretário); Andressa Ferreira de Abreu (secretária da Juventude) e Dalva Regina de Abreu (secretária da Mulher).
O novo 1º secretário da Executiva é Raimundo Rodrigues do Nascimento, o Raimundo da Gleba. Ele foi candidato a vereador pelo PSDB na última eleição (quando obteve 231 votos). Em janeiro foi nomeado para um cargo em comissão na Prefeitura com salário de R$ 3.200,00. Os quatro vereadores só quarta-feira à tarde começaram a suspeitar de que tinham sido vítimas de uma manobra, quando o prefeito Ari Basso convidou para uma reunião o vereador Jurandir Cândido.
Na conversa o prefeito manifestou interesse em ter a bancada do PROS da Câmara na base de sua administração e pretendia ajudar na formação do partido na cidade, liberando lideranças tucanas para se filiarem ao novo partido, inclusive para integrar a Executiva. A partir daí, o vereador entrou em contato com os demais colegas de bancada. Numa consulta ao Cartório Eleitoral eles constataram que já estavam fora da Comissão Provisória do PROS e se quisessem continuar no partido, não teriam o controle da legenda, transformada na prática numa linha auxiliar do PSDB.
Os vereadores preferiram então se articular para entrar no Solidariedade, que a exemplo do Partido Republicano da Ordem Social é um partido novo, criado no dia 24 de setembro. Portanto, seria a única alternativa de nova filiação sem o risco de perda do mandato por infidelidade partidária. Eles mantiveram contato com a assessoria do governador André Puccinelli que os recebeu nesta quinta-feira e assegurou a eles o controle da Comissão Provisória do Solidariedade em Sidrolândia.
A manobra para a troca de comando do PROS teria sido articulada no sábado em Anastácio quando o ex-prefeito Enelvo Felini e o prefeito Ari Basso participaram de um encontro regional do PSDB que contou com a presença de toda a cúpula tucana regional e de outros partidos, como o deputado Osvani Ramos, recém-filiado ao novo partido. A conversa prosseguiu na segunda-feira, quando Enelvo e Basso estiveram na Assembleia Legislativa para uma conversa definitiva com Osvani.





