Incêndio em canavial atinge assentamento Barra Nova e causa prejuízo a 10 famílias

Um incêndio iniciado na noite de quinta-feira (18) em um canavial da Usina Passatempo, arrendado na Fazenda Primavera, provocou grandes prejuízos a pelo menos 10 pequenos produtores do assentamento Barra Nova, em Sidrolândia. As chamas, empurradas pelo vento, atravessaram a Estrada da Gameleira e chegaram até os lotes que margeiam a rodovia MS-455.

De acordo com os moradores, além da destruição de cercas, pastagens e lavouras de mandioca, o fogo também consumiu 10 hectares da reserva ambiental do assentamento. A queda de energia, que durou das 16h até a meia-noite, agravou as perdas.

O agricultor Nicola Kumakai foi um dos mais atingidos. Ele perdeu 150 quilos de mandioca descascada, que renderiam cerca de R$ 900, além de 1 hectare de lavoura e 500 metros de cerca. “Não sei de onde vou tirar dinheiro para recuperar. Cada poste custa R$ 25,00”, lamenta. Ele recorda que há dois anos outro incêndio atingiu a área, mas os danos ficaram restritos à vegetação nativa.

Os moradores criticam a demora da Usina Passatempo em acionar sua brigada de incêndio. Segundo relatos, a fumaça foi avistada ainda durante a manhã de quinta-feira, mas o combate inicial, feito por funcionários da fazenda, teria sido “tímido”. O Corpo de Bombeiros só conseguiu controlar as chamas por volta da meia-noite.

Dona Ana Cleide e o marido Edson também tiveram boa parte da pastagem consumida. Com isso, as 20 cabeças de gado da família passarão a depender exclusivamente da silagem, elevando o custo da produção de leite. “Neste período de seca conseguimos tirar 30 litros por dia, vendidos para um vizinho que faz doce por R$ 2,50 o litro, melhor que os R$ 1,90 oferecido pelo laticínio”, relata.

No sítio vizinho, de Helena Nazam, cunhada de dona Cleide, a situação é ainda mais grave: praticamente toda a pastagem foi destruída e parte da cerca queimada.

Cada lote no assentamento tem em média 9,5 hectares, sendo 0,5 destinado à reserva ambiental. Agora, com o fogo, as famílias contam prejuízos e incertezas sobre como irão recuperar as áreas atingidas.