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Sidrolandia

Após legislativas, Obama vai à Ásia fortalecer sua imagem

Presidente americano também quer aumentar a influência americana na região

EFE

05 de Novembro de 2010 - 13:14

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começa neste sábado uma viagem pela Ásia, onde tem dois objetivos: aumentar a influência de seu país em uma região de crescente importância e fortalecer sua própria imagem após o golpe sofrido nas eleições legislativas - nas quais os democratas perderam espaço e influência para os republicanos. A primeira etapa da viagem de dez dias será na Índia. Depois, ele visita Indonésia, Coreia do Sul - para participar da cúpula do G20 (grupo que reúne os países ricos e principais emergentes) - e Japão, onde discursará na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

Essa viagem representará para Obama um descanso muito bem-vindo, ao deixar para trás um cenário em que os republicanos se preparam para controlar a Câmara de Representantes. Durante as visitas, porém, ele não poderá perder de vista a situação na capital americana. Seu porta-voz, Robert Gibbs, já adiantou que aproveitará a oportunidade para estudar possíveis incorporações à equipe de governo.

A Casa Branca informou ainda que a viagem busca demonstrar a implicação dos EUA na Ásia frente à rápida ascendência da China. Segundo o próprio Obama, seu objetivo é "abrir portas para que possamos vender nossos produtos na Ásia - em alguns dos mercados de maior crescimento no mundo - e até criar empregos aqui nos Estados Unidos".

Imagem - Se ele precisa convencer o Congresso da utilidade de suas viagens ao exterior, fora do seu país também terá de convencer os líderes estrangeiros de que mantém sua força como presidente. Alguns, como o presidente da China, Hu Jintao, estão atentos a qualquer sinal de fraqueza do presidente americano, adversário em questões como a cotação das divisas e os desequilíbrios nas balanças.

De qualquer forma, a Casa Branca insiste que o pleito de terça-feira não terá impacto na política externa desenvolvida por Obama. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Hammer, declarou que "não há razão para se preocupar com a capacidade do presidente para continuar uma agenda muito firme de implicação" com o resto dos países.

Agenda - Na Índia, a primeira etapa de sua viagem, Obama deve reforçar seus contatos com empresários, para aumentar as relações comerciais com um parceiro que, apesar de seus bilhões de consumidores, é apenas o 14º em volume de troca com os Estados Unidos. O acordo de cooperação nuclear entre os dois países, as situações no Afeganistão e no Paquistão e o programa nuclear iraniano serão outros dos assuntos que o presidente americano abordará com as autoridades indianas.

Na Indonésia, Obama deve visitar a mesquita Istiqlal, a maior do país, e oferecer um discurso pró-democracia para a comunidade muçulmana, a fim de reforçar os laços com o mundo islâmico, tal como fez no Cairo em 2009.

A terceira etapa de sua viagem será na capital sul-coreana, para participar da cúpula do G20. Em Seul, terá uma reunião bilateral com o presidente da China, Hu Jintao, para tratar sobre direitos humanos, os programas nucleares do Irã e Coreia do Norte e a cotação do iuane, entre outros assuntos. Na reunião, Obama pressionará outras economias, como a Alemanha e a própria China, para que impulsionem a demanda interna e diminuam sua dependência das exportações, a fim de contribuir para a redução dos "desequilíbrios excessivos" na economia global.

Obama concluirá sua viagem em Yokohama (Japão), onde participará da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), novamente com a prioridade de abrir as economias da região aos produtos dos EUA. Antes de voltar a Washington, porém, o presidente americano ainda aproveita para realizar uma reunião com seu colega russo, Dmitri Medvedev.