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Economia

Dólar opera em queda de olho em cena política e cena externa favorável

Em novembro, o dólar subiu 0,61%; no ano, há alta acumulada de 46,18%. Na véspera, o avanço foi de 1,65%, a R$ 3,8865.

G1

01 de Dezembro de 2015 - 14:42

O dólar opera em queda nesta terça-feira (1), após dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos alimentarem o apetite por ativos de maior risco nos mercados globais. Investidores adotam cautela antes de importantes eventos políticos no cenário local, que vêm ditando os movimentos do mercado nas últimas semanas. Além disso, foi divulgada a queda do PIB de 1,7% ante o trimestre anterior – a maior para um período de julho a setembro desde 1996.

Às 15h29, a moeda norte americana caía 0,65%, a R$ 3,861 para venda, após atingir R$ 3,9045 na máxima e R$ 3,8346 na mínima da sessão. Veja a cotação de hoje.

Veja a cotação ao longo do dia
Às 9h10, queda de 0,78%, a R$ 3,868.
Às 9h50, queda de 0,26%, a R$ 3,8765.
Às 10h40, alta de 0,35%, a R$ 3,90.
Às 11h10, alta de 0,15%, a R$ 3,8955.
Às 11h30, queda de 0,2%, a R$ 3,8786.
Às 12h49, queda de 0,57%, a R$ 3,9045.
Às 13h49, queda de 0,931%, a R$ 3,8503.
Às 14h25, queda de 1,19%, a R$ 3,8403.
Às 14h50, queda de 1,09%, a R$ 3,844.

"O mercado externo ficou bastante favorável ao longo do dia. Os dados dos EUA deram um pouco mais de força a um clima de apetite por risco que já vinha desde cedo", disse o operador de uma corretora internacional, sob condição de anonimato.

A atividade na indústria nos EUA contraiu em novembro pela primeira vez em 36 meses, pressionada pela alta do dólar e por cortes de gastos no setor de energia, segundo dado do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).

Operadores afirmaram que a fraqueza no setor poderia servir de argumento para que o Federal Reserve, banco central norte-americano, espere um pouco mais antes de elevar os juros, o que favoreceria mercados emergentes.

No entanto, os volumes de negócios eram limitados e a volatilidade continuava alta, com investidores evitando fazer grandes operações antes de importantes eventos políticos no Brasil.

"O mercado está bastante cauteloso em um cenário de forte volatilidade, esperando novas notícias vindas do Congresso", resumiu o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O Conselho de Ética vota nesta tarde em caráter preliminar o processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às 14h30, e que pode resultar na sua cassação. Novas denúncias contra ele alimentaram preocupações de que possa reagir apoiando a abertura de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, aumentando ainda mais a incerteza política.

Mais tarde, às 19h, o Congresso deve votar a nova meta de resultado fiscal do governo para 2015, após adiar a apreciação do tema na semana passada depois da prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Investidores temem que a turbulência política signifique que o governo enfrentará mais dificuldades para aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso.

Véspera

Na véspera, a moeda voltou a subir perto de R$ 3,90, pressionado por preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactualx, André Estevesx, sobre o mercado doméstico e com possíveis desdobramentos para o quadro político brasileiro.

A moeda norte-americana subiu 1,65%, a R$ 3,8865 na venda, após subir mais de 2% e atingir R$ 3,9237 na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de outubro, quando foi a R$ 3,9574. Na mínima do dia, a moeda foi a R$ 3,8247. Veja a cotação do dólar hoje. Em novembro, o dólar subiu 0,61%. No ano, há alta acumulada de 46,18%.

Intervenção do BC

Também contribuía para limitar os movimentos do mercado a atuação do Banco Central, que realizará nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa da autoridade monetária, a operação não tem como objetivo rolar contratos já existentes.

Além disso, deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos equivalentes à venda futura de dólares.

"A estratégia do BC parece ser deixar claro que ele está disposto a entrar no mercado para evitar exageros, mas deixar a moeda seguir seu rumo com base nos fundamentos. Isso deixa o mercado um pouco mais calmo", disse o superintendente de derivativos da corretora de um banco nacional.