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Contrabando da beleza: 'moda' nas rodovias é o Mounjaro e tudo da estética
Segundo o tenente-coronel Vinicius de Souza Almeida, comandante da PMR (Polícia Militar Rodoviária), o chamado “contrabando da beleza” já rende mais apreensões do que flagrantes de tráfico de drogas.
Redação/Região News
22 de Novembro de 2025 - 08:44

“Seu bolso é meu guia.” A frase resume a lógica do contrabandista que atua nas rodovias de Mato Grosso do Sul. Ele traz para o Brasil aquilo que está na moda — e, em 2025, a tendência é clara: emagrecer rápido e investir pesado na estética. Segundo o tenente-coronel Vinicius de Souza Almeida, comandante da PMR (Polícia Militar Rodoviária), o chamado “contrabando da beleza” já rende mais apreensões do que flagrantes de tráfico de drogas.
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Assim como o Estado funciona como corredor para drogas produzidas na Bolívia e no Paraguai, também se tornou rota clandestina de medicamentos estéticos, aparelhos eletrônicos e outros produtos ilegais. “Pelas rodovias estaduais, escoam drogas, armas, cigarros, eletrônicos e, agora, o tão desejado medicamento que faz emagrecer rápido”, afirma o comandante.
“O contrabandista trabalha com o que está na moda. Há uns três anos, houve uma explosão de apreensões de narguilé, tabaco e apetrechos. Depois veio o vaper e agora são as canetas emagrecedoras”, explica o coronel.
Entre os medicamentos mais apreendidos estão tirzepatida e similares, como Mounjaro — que virou febre no Brasil para perda rápida de peso, apesar de ser indicado originalmente para tratamento de diabetes.
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Apesar do prejuízo das apreensões, o contrabandista não costuma parar. “A maioria sai no mesmo dia e no dia seguinte está fazendo a mesma coisa, porque dá muito dinheiro”, relata o comandante.
O problema se agrava porque contrabando e descaminho são contravenções penais, não crimes. No caso do contrabando, a entrada de produtos proibidos; no descaminho, a sonegação fiscal de itens permitidos.
“Em geral, fazemos o flagrante e encaminhamos para a PF. O delegado arbitra fiança e libera o autor. A mercadoria vai para a Receita Federal”, explica o coronel.
Para ele, a fiscalização das rodovias — ainda que constante — não tem força para impedir o comércio ilegal. “É quase impossível fazer o controle só com as apreensões da PM. Esse é um problema de saúde e da conduta da população que consome.”
Última apreensão: R$ 149 mil em produtos de estética e eletrônicos
O flagrante mais recente ocorreu na quinta-feira (20), em Ponta Porã. A carga ilegal incluía desde medicamentos para emagrecimento até anabolizantes, produtos para calvície e cosméticos. O valor estimado chega a R$ 149 mil.
A mercadoria estava em um GM Prisma, conduzido por um motorista contratado exclusivamente para o transporte. Ele disse à polícia que receberia R$ 1.200 pelo serviço.
Segundo o BPMRv, da base de Aquidabã, durante abordagem de rotina e checagem dos itens obrigatórios, foram encontrados 12 celulares — entre iPhones, Redmi, Poco — e um Fire Stick da Amazon.
A lista de medicamentos apreendidos inclui:
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- 256 caixas de tirzepatida
- 133 caixas de Lipoless
- 17 caixas de Tirzec
- 2 caixas de LipoLand
- 1 caixa Synedica Labs
- 103 caixas TG
- 4 unidades de Retatrutide
- 2 caixas de Landertropin
Também estavam no veículo:
- 1 unidade do anabolizante Oxandroland 5
- 3 frascos de Minoxidil
- 1 Gummy Hair
- 1 loção corporal




