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Mato Grosso do Sul

Pantanal cada vez mais quente e sem chuvas faz Rio Paraguai caminhar para maior seca

O jacaré

08 de Setembro de 2024 - 18:30

Pantanal cada vez mais quente e sem chuvas faz Rio Paraguai caminhar para maior seca
Árvores sendo consumidas pelo incêndio florestal que atinge o Pantanal. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Boletim do Serviço Geológico do Brasil divulgado na última sexta-feira (8) alerta que todos os rios da Bacia do Paraguai estão secando. A estação de referência de Ladário caminha para seu nível mais baixo, registrado em 1964, quando marcou 61 centímetros abaixo da cota mínima. Alguns pontos já atingiram marcas negativas históricas neste ano.

Vítima de seca, temperaturas e incêndios recordes, o Rio Paraguai possui 21 réguas que medem o seu nível. Deste total, 18 pontos de medição estão com níveis menores do que o esperado para este momento, sendo que três estão em patamares negativos.

O Rio Paraguai é considerado o principal rio do Pantanal, e é o maior responsável pelo pulso do regime de inundação da planície pantaneira, ou seja, está diretamente ligado à abundância de vida que existe no bioma. O recurso hídrico percorre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, além de passar também pela Bolívia, Paraguai e desaguar na Argentina.

Seus 170 mil km2, similares ao ocupado pelo Uruguai, são lar de ao menos 380 espécies de peixes, 580 de aves e mais de 2,2 mil diferentes plantas.

Mas, todo esse sistema pode colapsar, nas palavras da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Na semana passada, ela alertou que se nada for feito, o Pantanal pode desaparecer até o fim do século, extinguindo em décadas milhões de anos de trabalho da natureza.

Nesta sexta-feira, 6 de setembro, em Ladário, a régua indicou que o nível do rio estava em -25 centímetros . O esperado para este momento do ano era de 3,53 metros. As réguas de Porto Esperança e no Forte Coimbra, em Corumbá, também estão em níveis negativos, com -93 cm e -150 cm, respectivamente.

As previsões do Serviço Geológico do Brasil indicam cenários críticos para as regiões de Cáceres, Ladário e Porto Murtinho. Nas três cidades, as projeções indicam níveis de seca históricos ou semelhantes aos piores já registrados pelo sistema.

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