Policial
Advogado de guarda acusado de estupro é preso por gritar com delegado em Campo Grande
Advogado não teria concordado com o entendimento jurídico adotado no caso.
Midiamax
27 de Dezembro de 2025 - 11:01

O advogado de um GCM (Guarda Civil Metropolitano) foi preso em flagrante por gritar com um delegado dentro da unidade policial, em Campo Grande, na última quarta-feira (24), véspera de Natal. Ele estava defendendo o cliente, que foi preso acusado de estupro contra uma criança de 4 anos.
O fato gerou uma nota de repúdio publicada pela Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) na quinta-feira (25). Segundo a nota, o advogado passou a destratar, elevar o tom de voz e gritar com o delegado por discordar o entendimento jurídico adotado no caso.
“O advogado foi devidamente orientado pelo Delegado de Polícia acerca dos momentos processuais adequados e das formas legais de atuação, bem como advertido de que sua conduta configurava crime de desacato. Ainda assim, persistiu no comportamento ofensivo, razão pela qual foi dada voz de prisão em flagrante e lavrado o respectivo Termo Circunstanciado de Ocorrência”, diz a nota.
Diante da situação, a associação afirmou que o caso será encaminhado ao departamento jurídico para adoção das medidas cíveis cabíveis. “Inclusive análise de pertinência de propositura de ação indenizatória por danos morais, bem como à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul, para apuração e aplicação das medidas disciplinares pertinentes”.
Por fim, a Adepol-MS ressaltou que não admite ataques pessoais, institucionais ou tentativas de desmoralização da carreira de delegado de polícia.
“A ADEPOL-MS reafirma que permanece vigilante e atuante na defesa intransigente das prerrogativas, da honra e da dignidade de seus associados, não admitindo, sob qualquer hipótese, ataques pessoais, institucionais ou tentativas de desmoralização da carreira de Delegado de Polícia. Nenhum de nós está sozinho.”
Diante da prisão do advogado, o Jornal Midiamax acionou a OAB-MS e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
Prisão de guarda por estupro
O guarda que o advogado representa é um homem de 30 anos, preso após estuprar a sobrinha de 4 anos durante a festa de Natal da família, em Campo Grande. Ele negou o estupro contra a criança.
À polícia, a mãe da criança contou que é irmã do GCM e estava na casa dele para passarem as festas de fim de ano, já que as duas moram em Mato Grosso.
No dia de Natal, a mulher, a filha e o guarda foram até a casa da avó para comemorar por volta das 15 horas. Por volta das 19h, elas foram tomar banho, mas a mãe não notou nada de anormal na criança.
Cerca de uma hora se passou e a menina começou brincar de esconde-esconde com o guarda. Logo depois, a mãe levou a filha ao banheiro e dela percebeu uma mancha marrom na calcinha da menina ao levá-la ao banheiro. Ela questionou a filha, que contou que o tio havia passado as mãos em suas partes íntimas.
O que diz a Prefeitura Municipal?
O Jornal Midiamax acionou a Prefeitura Municipal de Campo Grande para saber sobre as medidas que serão tomadas e, em resposta, foi informado que o guarda foi afastado das atividades operacionais, com recolhimento da arma e do porte funcional. Um procedimento interno foi aberto pela Corregedoria.
“A Secretaria Especial de Segurança Pública e Defesa Social (Sesdes) informa que, diante dos fatos ocorridos, já estão sendo adotadas todas as medidas cabíveis, com a imediata abertura de procedimento interno pela Corregedoria, em acompanhamento com a Polícia Civil, responsável pela apuração do caso.
A Guarda Civil Metropolitana não compactua com condutas ilegais. O servidor foi conduzido à delegacia pela própria corporação, afastado das atividades operacionais, com recolhimento da arma e do porte funcional, além da instauração de procedimento administrativo para apuração dos fatos.”




