Policial
Justiça afasta José Carlos Dorsa do HU durante Operação Sangue Frio da PF
As investigações têm cerca de um ano. A reportagem conseguiu apurar que o juiz negou o mandado de prisão solicitado pela PF
Midiamax
20 de Março de 2013 - 10:51
A Operação Sangue Frio da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira (19), afastou por determinação Judicial o Diretor Geral do Hospital Universitário da UFMS, José Carlos Dorsa. Além dele, outras três pessoas foram destituídas de seus cargos. Segundo o superintendente da PF, Edgar Marcon, a investigação detectou desvio de recursos do SUS que somam, inicialmente, R$ 3 milhões em reformas no HU.
As investigações têm cerca de um ano. A reportagem conseguiu apurar que o juiz negou o mandado de prisão solicitado pela PF. O Ministério Público teria entendido que havia indícios suficientes para decretar a prisão, assim como a Polícia Federal, que fez o pedido à Justiça. Também teria havido um parecer favorável do Procurador da República pelas prisões. Entretanto, o juiz não teria visto indício para tal, determinando o afastamento dos envolvidos.
Além de Dorsa, o servidor do HU, administrador Alceu Edison Torres e outros dois funcionários terceirizados também estão afastados por ordem Judicial.
A reportagem entrou em contato com o HU, mas a assessoria de restringiu a informar apenas que a universidade acolheu as determinações da Justiça e está aguardando o desenrolar do caso. Caso haja novas determinações, serão cumpridas prontamente.
Operação
A Operação Sangue Frio foi desencadeada na manhã desta terça-feira (19), por volta das 6h da manhã, para apurar o desvio de recursos do SUS nos Hospitais Universitário e do Câncer Alfredo Abraão, ambos em Campo Grande.
Participaram cerca de 100 policiais federais e 15 auditores da CGU (Controladoria Geral da União). Foram cumpridos 19 mandados de busca e apenas o diretor do Hospital do Câncer,Adalberto Siufi, chegou a ser preso por porte ilegal de armas, mas pagou fiança de mais de R$ 30 mil e já está solto.
A Chefe regional da CGU, Janaína Faria, informou que no HU foram detectados R$ 3 milhões em desvios na investigação inicial, mas que esse valor pode aumentar. Com a chegada dos documentos teremos mais informações e o montante de recursos desviados pode ser bem maior do que pensávamos, declarou.
O superintendente da PF declarou que no HU estão sendo apurados os crimes de fraudes em licitações com fortes indícios de pelo menos sete pregões fraudados, desvio de recursos públicos, corrupção passiva e formação de quadrilha.




