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Política

Irritado com críticas de Vadinho na sessão solene, prefeito reúne cúpula do PT e cobra coerência

A avaliação é de que o pronunciamento gerou constrangimento, porque o tom foi inadequado para o evento.

Flávio Paes/Região News

19 de Fevereiro de 2014 - 11:17

O prefeito Ari Basso e a cúpula do PSDB não gostaram nenhum pouco da postura crítica assumida pelo vereador Edivaldo dos Santos no seu pronunciamento na sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos na Câmara, segunda-feira à noite. O discurso de Vadinho foi mais contundente que os proferidos pelos representantes a oposição.   

O petista criticou o Governo e cobrou políticas públicas para os assentamentos, além de questionar a veracidade das realizações da gestão divulgadas no vídeo apresentado durante a sessão. “Isto que foi mostrado é bem diferente da realidade. Os bairros estão abandonados e o mesmo acontece com as estradas rurais. Sei disso porque moro num assentamento e quando chove, não consigo chegar em casa de carro”, declarou da tribuna, dirigindo-se ao prefeito, arrancando aplausos de parte da platéia.  

De quebra saiu em defesa dos professores que cobram o recebimento de rateios do Fundeb referentes a 2013. Nesta terça-feira os comandos tucano e petista se reuniram quando o prefeito cobrou de Vadinho comportamento coerente com um vereador filiado a um partido (o PT) que participa da administração municipal e da base do Governo no Legislativo.

A avaliação é de que o pronunciamento gerou constrangimento, porque o tom foi inadequado para o evento com participação de dois deputados estaduais (Márcio Monteiro e professor Rinaldo), do juiz diretor do Fórum, Fernando Moreira, dentre outras autoridades. O entendimento do prefeito e da cúpula tucana é de que Vadinho, como integrante da base aliada, deveria apresentar suas críticas no âmbito interno, sem impor desgaste ao Governo, quando expôs publicamente suas reclamações.

O vereador petista argumenta que resolveu se manifestar criticamente porque o Governo tem ignorado as reivindicações dos assentados e das comunidades indígenas, suas bases eleitorais. “Reservaram para as aldeias R$ 7 mil neste ano”, revela. Vadinho tem uma lista de reivindicações que se não forem atendida e ele garante: deixa a base governista, independente do posicionamento do partido.

Ele cobra mais recursos e autonomia para a Secretaria de Desenvolvimento Rural; que a Prefeitura volte a custear o escoamento da produção dos assentados destinada à merenda escolar, ao Ceasa e à Conab. Desde o ano passado o vereador petista manifesta publicamente descontentamento com a gestão Ari Basso, mesmo quando era líder do prefeito. Mais recentemente Vadinho participou e incentivou protestos de estudantes universitários, pela gratuidade do transporte e manifestações de assentados contra mudanças no itinerário do transporte escolar.