Política
PT agora adota discurso moderado, cobra projetos sociais, mas descarta rompimento
Esta nova manifestação do dirigente petista confirma que não há uma avaliação consensual sobre a melhor forma de administrar as eventuais divergências com os aliados tucanos.
Flávio Paes/Região News
20 de Fevereiro de 2014 - 19:38
Durou menos de 24 horas o radicalismo retórico da direção do PT de Sidrolândia que em tom de ultimato, ontem mostrou disposição de sair da administração, entregar os cargos dos seus filiados, caso até esta sexta-feira o PSDB não garantisse que o prefeito Ari Basso vai ampliar os investimentos na área social e retomasse as políticas de apoio e fomento a agricultura familiar e assistência comunidades indígenas.
Depois de perceber que esta posição não é unânime entre as diferentes correntes petistas, expressando de forma mais explicita apenas a opinião do vereador Edivaldo dos Santos, o presidente do diretório municipal, Wanderlei Barbosa, moderou o discurso. Ele mantém a posição de que o prefeito deve dar maior atenção aos segmentos sociais (índios e assentados) nos quais o partido tem forte inserção, mas agora não fala em prazo para definição destas políticas públicas e muitos menos na possibilidade de rompimento da aliança com os tucanos.
Acredito que depois desta fase inicial de ajustes das contas públicas, o Governo entre numa nova fase, o de resgatar os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral, pondera Barbosa. Esta nova manifestação do dirigente petista confirma que não há uma avaliação consensual dentro da legenda sobre a melhor forma de administrar as eventuais divergências com os aliados tucanos.
Mais do que a retórica da insatisfação com a falta de apoio a índios e assentados, o pano de fundo das queixas é o interesse de alguns setores petistas de reassumir a Secretaria de Assistência Social, que durante boa parte da gestão do ex-prefeito Daltro Fiuza foi comandada por Marcio Marqueti e Gilmar Antunes, antigos comandantes da Executiva Municipal.
A reclamação é de que a secretária Joana Michalski, filiado ao PT e indicada na cota do partido, faz uma gestão excessivamente técnica. Alguns setores do partido preferem ver na função, Marqueti, hoje num cargo de segundo escalão, um departamento (o de Planejamento) com dois funcionários além dele.
Esta opinião tem a simpatia do vereador Vadinho, mas não é compartilhada, por exemplo, pelo vereador Sérgio Bolzan, que defende a manutenção do alinhamento com o governo. Wanderley Barbosa, acompanhado do ex-presidente Gilmar Antunes esteve no final da tarde de hoje na redação do Região News e expôs esta linha de pensamento após debater o assunto com outros membros do partido.
Está descartada a possibilidade de um rompimento, a menos, que o prefeito peça os cargos ocupados pela sigla, enfatiza Barbosa. Para Gilmar, um dos entraves nas discussões com governo de uma forma mais contundente, é o posicionamento do vereador Vadinho que promete acirrar as discussões na tribuna da Câmara segunda-feira.
Tem que haver o entendimento. A cobrança das principais lideranças do PT é que Governo encontre um norte de ações concretas, pare de administrar apenas conflitos e retome o desenvolvimento da cidade, ressalta Antunes enfatizando as prioridades apresentadas ao prefeito.




