SIDROLÂNDIA- MS
Demitidos há 12 anos, ex-funcionários da Santa Olinda ainda esperam pelas verbas de rescisão
Como os processos emperraram na Justiça do Trabalho, alguns deles esperam ser contemplados com um lote caso seja criado um assentamento na propriedade.
Redação/Região News
04 de Maio de 2025 - 20:53

Enquanto os sem-terra estão confiantes na implantação após 12 anos de um novo assentamento em Sidrolândia na área da antiga Usina Santa Olinda, pelo menos 600 ex-funcionários da indústria que perderam o emprego aguardam há 12 anos pelo recebimento das suas verbas rescisórias. Como os processos emperraram na Justiça do Trabalho, alguns deles esperam ser contemplados com um lote caso seja criado um assentamento na propriedade que pertence ao ex-patrão deles, o empresário João Pessoa Bisneto.
"Não acredito que será criado este assentamento. O homem (João Pessoa) tem costas quentes e sempre apoiou o Presidente Lula. Se de fato o Incra cumprir a promessa, quero ser um dos beneficiados com lote", fala com franqueza Edvaldo José da Silva, 65 anos, que por 17 anos trabalhou como operador de caldeira na Usina Santa Olinda. Após ser demitido em 2013, Edvaldo teve que se mudar para Fátima do Sul onde por 11 anos trabalhou na usina da cidade até completar o tempo de contribuição suficiente para se aposentar há dois anos, quando conseguiu voltar para o Quebra Coco.
Edvaldo foi demitido e literalmente saiu com as mãos abanando, não recebeu o salário do mês, férias e o 13⁰ proporcionais. Entrou na Justiça do Trabalho em 2014 para cobrar verbas rescisórias calculadas em R$ 230 mil. Foram realizadas três tentativas frustradas de conciliação, em duas delas a empresa não enviou representantes. Na primeira, o advogado da empresa propôs R$ 14 mil, o advogado do trabalhador reduziu o pedido de indenização para R$ 30 mil, mas o acordo não avançou porque a Jotapar abandonou a negociação. De tudo que acredita ter direito a receber, o aposentado só conseguiu sacar R$ 5 mil do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), um valor irrisório considerando que trabalhou por quase duas décadas. Seu último salário foi de R$ 4 mil.
Quem também está desde 2013 esperando pelas verbas rescisórias (em torno de R$ 89 mil), é dona Cleusa Ferreira, que por 11 anos foi funcionária da Usina Santa Olinda atuando na na preparação de alimentos para os trabalhadores. Ela só conseguiu sacar o FGTS de 2001 a 2005, R$ 1.200,00, período que a empresa depositou. Ela voltou para o Quebra Coco, após passar um período em Campo Grande. Montou um mercadinho se tornado microempresa.




