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SIDROLÂNDIA- MS

Manifestantes não vão desbloquear BR-060 até que haja negociação com Incra

Já se estende por 6 horas o bloqueio da BR-060 por lideranças de diferentes movimentos sociais que cobram a desapropriação de propriedades rurais.

Redação/Região News

28 de Abril de 2025 - 10:42

Manifestantes não vão desbloquear BR-060 até que haja negociação com Incra
O trânsito é liberado por 15 minutos no sentido Sidrolândia/Campo Grande. Foto: Marcos Tomé/ Região News

Já se estende por 6 horas o bloqueio da BR-060 por lideranças de diferentes movimentos sociais que cobram a desapropriação de propriedades rurais para o assentamento de sem-terra. Com o bloqueio na altura do km 414, próximo ao trevo de acesso ao Distrito do Capão Seco, formou-se um congestionamento de 4 km nos dois sentidos da rodovia. A Polícia Rodoviária Federal negociou com as lideranças do movimento a liberação parcial da pista, quando a fila de veículos se avoluma. O trânsito é liberado por 15 minutos no sentido Sidrolândia/Campo Grande e na etapa seguinte, é liberada a passagem de veículos de quem vem da Capital.

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Segundo o coordenador regional do Movimento dos Sem Terra (MST), Douglas Cavalheiro, o bloqueio da BR-060 e da MS-164, no trecho em que atravessa o Assentamento Itamarati, integra a programação do Abril Vermelho, mês que os movimentos sociais promovem mobilização para cobrar do Governo Federal a implantação de novos assentamentos. Em Mato Grosso do Sul haveriam 12 mil famílias acampadas à espera do acesso à terra pela reforma agrária. Em Sidrolândia, conforme os dados do Cadastro Único, onde foram assentadas 4.480 famílias em 48 mil hectares, há 468 famílias acampadas, das quais 350 recebem bolsa família.

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Na sexta-feira, tropas do Batalhão de Choque da Polícia Militar dispersou um grupo de sem-terra que planejava ocupar a propriedade da Jotapar Agropecuária, no Quebra Coco, dona da Usina Santa Olinda, desativada em 2013. O coordenador do MST diz que a transformação da propriedade em assentamento é uma das pautas prioritárias. A proposta é que a propriedade seja entregue ao Governo Federal para abater parte de uma suposta dívida de R$ 300 milhões em impostos federais do dono da fazenda, o empresário João Pessoal Bisneto.

Ocupação do Incra

O Movimento Unitário de Mato Grosso do Sul, que é composto pelo MST, além de outros movimentos sociais, também ocupou o prédio da superintendência regional do Incra. O superintendente do Incra MS, Paulo Roberto da Silva, disse que ainda hoje acontecerão reuniões com a equipe de Brasília.

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Ninguém foi avisado previamente que isso aconteceria. É um prédio público, então nem podemos chamar de ocupação. Eles apresentaram uma pauta e nós vamos trabalhar com ela, terão reuniões ainda hoje com Brasília. Vamos estabelecer diálogos com representantes do MDA e do Incra. Na realidade, eles ainda estão se organizando aqui, mas a gente ainda não discutiu os procedimentos”, explicou.

A reforma agrária em Mato Grosso do Sul tem 11.601 famílias na fila, espalhadas por 82 acampamentos. Para atender a demanda, é necessário um estoque de 90 mil hectares de terra.