Mesmo sob decreto emergencial, gastos com diárias aumentaram 285,5% em relação aos primeiros 129 dias da gestão passada

Dados extraídos do portal da transparência da Prefeitura de Sidrolândia mostram que nos 129 dias de gestão, computados até a última sexta-feira, dia 9 de maio, o prefeito Rodrigo Basso já autorizou o pagamento de R$ 225.536,97 em diárias, mesmo sob um decreto de situação de emergência e contenção de despesas assinado nos primeiros dias de sua gestão.

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Neste período, houve um aumento de 285,5% sobre as despesas com diárias autorizadas em igual período do primeiro ano (2021) da gestão da ex-prefeita Vanda Camilo, quando foram gastos R$ 57.720,96, valor que corresponde aos R$ 44.109,36 efetivamente desembolsados na época, atualizados pela correção inflacionária do período, acumulada em 30,85%.

Neste curto espaço de tempo, as despesas de viagens da equipe de Rodrigo Basso já custaram aos cofres públicos a mesma quantia liberada em todo o ano de 2021, quando as diárias custaram ao erário R$ 188.296,61. Na avaliação de um parlamentar ouvido pela reportagem, o prefeito Rodrigo Basso parece ter "se esquecido" de uma das suas principais bandeiras de campanha que foi a austeridade nos gastos públicos.

"A mesma suposta farra das diárias que tanto se criticava na gestão passada, pelo visto voltou com toda força”, denunciou o vereador que não quis se identificar por temer retaliação. No último ano de gestão a ex-prefeita Vanda Camilo autorizou o pagamento de R$ 1.489.896,00 em diárias. No primeiro mês de gestão o prefeito publicou decretado atualizando em até 53,36% o valor das diárias.

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No caso por exemplo dos deslocamentos do chefe do Executivo, vice-prefeita, secretários, procurador e controlador geral, a diária subiu de 15 Unidades Fiscais (R$ 376,65) para 23 UFIS (R$ 577,53) em deslocamentos a Terenos, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Maracaju e Dois Irmãos do Buriti. No caso por exemplo da viagem até a Campo Grande, um percurso de 71 km, os R$ 577,53 são livres dos gastos com combustível já que o trajeto é feito em carro oficial.

Uma quantia mais que suficiente para pagar refeições em restaurantes de alto padrão na Capital onde um rodízio no restaurante mais caro de Campo Grande, custa em media R$ 124,90. O secretário de Educação, Villi Marcos Tognon, por exemplo, recebeu uma diária de R$ 477,09, para uma viagem até Nioaque, cidade a 133 km de Sidrolândia, onde participou no último dia 4 de abril de um evento sobre alimentação escolar.

Para as viagens com destino a outras cidades, a diária passou de 30 UFIS (R$ 753,30) para R$ 38 Unidades Fiscais (R$ 954,18). De acordo com o vereador Cledinaldo Cotócio, o secretário de Educação, que liderou o ranking dos assessores com número de viagens recebeu em diárias o equivalente a um 14⁰ salário, R$ 17. 850,64, ante os R$ 17.302,94 brutos do seu vencimento como integrante do 1⁰ escalão (R$ 12.642.509,00, líquidos).

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Do valor total em diárias, Villi recebeu R$ 10.044,00 para participar entre 7 e 10 de abril em Pompéia (cidade no interior paulista a 644 km de Sidrolândia), onde participar do Profund Lerarning, curso sobre uma metodologia de aprendizagem que estimula a criatividade, colaboração, pensamento crítico e resolução de problemas. O secretário adjunto de Educação, que tem uma remuneração de R$ 13 mil, recebeu R$ 8.976,82, sendo R$ 7.131,24, para participar do Profund Learing, onde acompanhou o secretário Villi Marcos Tognon.

Quem também viajou para fora do Estado foi o secretário de Desenvolvimento Econômico, Enelvo Felini Júnior, que recebeu R$ 10.044,00 para custear viagens a Toledo, no Paraná e São Miguel do Iguaçu, Santa Catarina onde entre os 13 e 16 de abril participou de uma visita técnica à empresa Bedisat. O pai dele, Enelvo Felini, secretário de Infraestrutura, recebeu R$ 1.732,59 em diárias para participar em Campo Grande do Seminário Internacional da Rota Bioceânica.