Policial
Com mais de uma morte por mês, ciclistas são grupo de risco no trânsito de Campo Grande
O aumento fez com que eles fossem incluídos no segundo grupo de risco de mortes no trânsito ficando atrás apenas dos motociclistas
Midiamax
11 de Dezembro de 2014 - 09:33
O número de mortos no trânsito de Campo Grande diminuiu neste ano. Até agora foram 88, sendo 14 ciclistas. De acordo com o comandante do BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), tenente-coronel Jonildo Theodoro, no ano passado foram registradas dez mortes de ciclistas.
O aumento fez com que eles fossem incluídos no segundo grupo de risco de mortes no trânsito ficando atrás apenas dos motociclistas. Aumentou em relação ao ano passado e serão realizadas ações específicas para os ciclistas, diz Jonildo.
No ano passado foram registradas 116 mortes ao todo na Capital. De acordo com o comandante do BPTran, os pontos mais críticos, com maior número de mortes nos trânsito, são as vias com maior fluxo de veículos e pessoas, entre elas as avenidas Ernesto Geisel, Afonso Pena, Coronel Antonino, Mascarenhas de Moraes, Guaicurus e Duque de Caxias.
As deficiências na malha de ciclovias de Campo Grande são apontadas pelos ciclistas como um dos motivos para o risco que usuários de bicicletas correm nas ruas da cidade. Apesar de apontada como uma das cinco capitais com mais quilômetros de ciclovia por habitante, os ciclistas dizem que as obras não atendem à necessidade da população.
"Tem umas ciclovias que não têm nada a ver, parecem feitas só para o político inaugurar e aparecer com as placas. Na avenida que vai do Terminal Coronel Antonino até a entrada do Nova Lima, por exemplo, é uma piada. Colocaram umas luzinhas no chão, a via é escura, e fazem os trabalhadores disputarem espaço com os carros e caminhões", reclama Alex Sandro de Lima, 35 anos.
Outros pontos de preocupação são a falta de integração entre as ciclovias e outros meios de transporte, falta de espaço para estacionar as bicicletas e falta de manutenção nas ciclovias. "A ciclovia da Afonso Pena é para quem usa bicicleta só para lazer. Um peão de obra que passou o dia todo puxando concreto não quer ficar dando voltinhas em árvore, quer ir para casa logo. Na saída para São Paulo é a mesma coisa, tem gente que sai da ciclovia e segue na pista para não ficar dando volta à toa", observa Alex.
Para Maickell Vilela, 24 anos, as ciclovias não foram pensadas no bem da população e sim como medida política. Elas não são planejadas e tão pouco de qualidade, a população não foi ouvida, reclama o ciclista.
Para o comandante da BPTran, entre os fatores para redução no total do número de mortes estão as ações preventivas e repressivas, como as campanhas Pedestre Eu Cuido, Lei Seca, e as blitze com radares móveis. Ainda assim, a velocidade e o álcool continuam sendo os principais fatores que causam acidentes no trânsito.
Acidentes
No dia 26 de novembro uma fatalidade causou a morte do ciclista Vicente Dias Ferreira, de 65 anos. Ele morreu após cair da bicicleta que guiava no cruzamento da Rua Londrina com a Vicente Coelho Neto, no Bairro Vivendas do Parque. Testemunhas disseram ao Corpo de Bombeiros que o idoso subiu na calçada, e ao descê-la, teve de desviar de um cachorro. Neste momento, ele sofreu uma queda e bateu com a cabeça contra o meio-fio.
No dia 20 de julho, o ciclista Carlos Rodrigues Mota morreu após se envolver em uma colisão na Avenida Ernesto Geisel. Segundo o Corpo de Bombeiros, a princípio o ciclista seguia pela pista da esquerda à frente do carro de passeio, que também estava na esquerda. Não se sabe o porquê, mas o homem teria atravessado na frente do carro, que não conseguiu frear, causando o acidente com morte.
Entre os atropelamentos de ciclistas neste ano também está o do adolescente Alisson Cristian Valter Bueno, de 16 anos, no dia 15 de março. Ele foi atingido por um carro conduzido pelo advogado Ciliomar Maques Filho, 27 anos. O advogado fugiu do local do acidente, não prestou socorro e só se apresentou à Polícia Civil três dias depois do acidente.




