SIDROLÂNDIA- MS
Apreensões de drogas disparam em Sidrolândia e expõem fortalecimento da rota do tráfico
Os números indicam não apenas maior atuação policial, mas também o fortalecimento das rotas que saem da fronteira com o Paraguai em direção aos grandes centros consumidores do país.
Redação/Região News
28 de Dezembro de 2025 - 18:55

O volume de drogas apreendido em Sidrolândia cresceu de forma expressiva nos últimos três anos e consolidou o município como um dos principais corredores do tráfico de entorpecentes no interior de Mato Grosso do Sul. Os números indicam não apenas maior atuação policial, mas também o fortalecimento das rotas que saem da fronteira com o Paraguai em direção aos grandes centros consumidores do país.
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As apreensões de maconha praticamente dobraram em 2025. Em 2023, foram interceptados 12.525.017 quilos. Em 2024, o total subiu levemente para 12.780.299 quilos. Já em 2025, o volume saltou para 30.803.015 quilos, crescimento superior a 140% em relação ao ano anterior. No caso da cocaína, a escalada também chama atenção: de 863,905 quilos em 2024, as apreensões passaram para 12.674 quilos em 2025.
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Esse avanço confirma que Sidrolândia deixou de ser apenas um ponto de passagem e passou a integrar de forma estruturada o corredor do tráfico de drogas que sai da fronteira com o Paraguai, atravessa Campo Grande e segue para os principais mercados consumidores do país. A presença de uma Base Operacional da Polícia Rodoviária Federal no município contribui para o aumento das apreensões, somando-se às ações frequentes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Polícia Militar.
Na comparação regional, Sidrolândia ainda aparece atrás de municípios tradicionalmente associados ao narcotráfico. Ponta Porã, na fronteira, lidera com 110.935.633 quilos de maconha apreendidos. Em Dourados, houve retração, com queda de 56.111.494 quilos em 2024 para 37.172.909 quilos em 2025. O mesmo ocorreu em Amambai, onde as apreensões recuaram de 122.865.497 quilos para 56.526.884 quilos no mesmo período. Maracaju, por outro lado, registrou crescimento, passando de 22.400.244 quilos em 2024 para 28.467.523 quilos em 2025.
No cenário estadual, Mato Grosso do Sul segue como um dos principais pontos de interceptação de drogas no país. Em 2024, o total de maconha apreendida chegou a 585.993.694 quilos. Em 2025, houve leve recuo para 538.740.845 quilos, volume ainda extremamente elevado.
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Apesar dos números expressivos, o modelo de repressão revela limites claros. As prisões se concentram quase exclusivamente nas chamadas “mulas” — jovens, em sua maioria desempregados, recrutados pelo tráfico para assumir o risco do transporte. Não há aprofundamento consistente das investigações que alcance os financiadores, articuladores logísticos e chefes das quadrilhas que comandam o tráfico na região.
O resultado é um enfrentamento que gera estatísticas e apreensões recordes, mas não desmonta a estrutura do crime organizado. As rotas permanecem ativas, os presos são rapidamente substituídos e Sidrolândia segue exposta à dinâmica de um tráfico cada vez mais organizado, lucrativo e resiliente diante da ação do Estado.




