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Mato Grosso do Sul

Fundação de Cultura de MS lança prêmio inédito para artistas 60+

O prêmio é uma homenagem à professora Glorinha Sá Rosa, uma das grandes expoentes da cultura de MS.

Ana Ostapenko FCMS

07 de Junho de 2023 - 15:21

Fundação de Cultura de MS lança prêmio inédito para artistas 60+
Foto: Daniel Reino e Edemir Rodrigues.

Artistas com 60 anos ou mais que atuam nas artes visuais, artesanato, audiovisual, circo, dança, literatura, música, patrimônio cultural e teatro, podem ser premiados pelo Governo do Estado.

O edital “Cultura Em Movimento – Prêmio Glorinha De Sá Rosa: Valorizando Os Expoentes” vai premiar 20 artistas - com 60 anos na data da inscrição, residência fixa no Estado há cinco anos, e que comprovem o tempo mínimo de dez anos de atuação cultural.

O edital completo pode ser baixado no link :https://bit.ly/editalpremioglorinha e as inscrições podem ser feitas pelo formulário online: https://bit.ly/formulariopremioglorinha. O artista tem 45 dias a contar da data de publicação do edital para fazer a inscrição. O valor da premiação será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a cada selecionado.

A premiação - que ocorre por meio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul - é uma forma de reconhecimento aos serviços culturais prestados à sociedade ao longo da trajetória profissional do artista, e medida de garantir a promoção e propagação de seus trabalhos artísticos culturais.

O artista premiado, como forma de contribuir para perenidade de seu trabalho e divulgá-lo às novas gerações, com espírito altruísta, poderá optar em ofertar à sociedade uma oficina/palestra de duas horas de duração, a alunos das escolas da Rede Pública Estadual de Ensino, a ser agendada com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, pelo período de até um ano a contar da data do pagamento da premiação.

Para o recebimento do prêmio, o artista não está obrigado a ofertar a oficina/palestra, tratando-se de mera liberalidade, todavia uma vez assumindo o compromisso com a FCMS deverá executar a oficina/palestra, sendo formalizado um termo de compromisso.

“É um prêmio inédito para nossos artistas com mais de 60 anos, uma forma de reconhecimento por toda sua contribuição cultural para o Mato Grosso do Sul. Acreditamos que dessa forma possamos trazer luz a essas pessoas e suas palestras poderão inspirar novas gerações de artistas. O nome do prêmio não poderia ser o mais assertivo, uma vez que a professora Glorinha Sá Rosa, foi um ícone em nossa cultura e está pra sempre em nossa história”, disse o diretor-presidente da FCMS, Max Freitas.

Homenagem à Glorinha Sá Rosa

O prêmio é uma homenagem à professora Glorinha Sá Rosa, uma das grandes expoentes da cultura de MS. Maria da Glória Sá Rosa nasceu em Mombaça (CE), no dia 4 de novembro de 1927. Era formada em Línguas Neolatinas na PUC/RJ, diplomada em francês, fundou e dirigiu a Aliança Francesa em Campo Grande, além de fundar a Revista Estudos Universitários/FUCMAT, o Teatro Universitário Campo-grandense (TUC) e o Cine Clube de Campo Grande.

Também dirigiu o projeto Prata da Casa, responsável por espetáculos de música ao vivo e pela edição de disco de músicas da região. Trabalhou por cerca de 26 anos na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), fez parte da academia sul-mato-grossense de letras onde ocupava a cadeira de número 19.

Glória também atuou no poder público ocupando diversos cargos como secretária-adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Social, assim como presidente do Conselho Estadual de Cultura, superintendente da Secretaria de Cultura e Esportes e presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Ela morreu em 2016 aos 88 anos.

Entre as obras publicadas estão: Estudo sobre Guimarães Rosa – 1967, Análise Estrutural do Romance – 1971, O Romance brasileiro atual Realismo Mágico e Realismo Mimético – 1976, Análise Interpretativa do conto “Casa de Bronze” de João Guimarães Rosa – 1974, Memórias da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, Deus quer, o homem sonha, a cidade nasce – “Campo Grande Cem Anos de História”, Crônicas de Fim de Século – 2001, Contos de Hoje e Sempre – Tecendo Palavras, Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul (em parceria com Idara Duncan e Yara Penteado) e a Música de Mato Grosso do Sul, em parceria com Idara Duncan (FIC-MS, 2009).

Ela deixou um legado de ações que vão perdurar para sempre na história do Mato Grosso do Sul e foi uma das maiores incentivadoras da arte no Estado.